quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A TAP está falida. E as outras?

Aí está um tema que eu bem gostaria de ver tratado nos debates eleitorais e, mais ainda, nos programas de Governo: os passivos acumulados das empresas públicas, e em particular das empresas de transportes.

De quando em vez, como agora com a TAP a propósito das contas da Parpública, surgem notícias (que não o são, porque não são novas) sobre a falência técnica das empresas públicas do sector do transportes.

A coisa, de facto, não é nova. E é de tal dimensão que levou há muito o Estado a isentar as suas empresas do cumprimento das regras por si feitas e por si impostas às demais. Sob pena de ter de as liquidar.

Juntos, os passivos das empresas públicas de transportes ascendem a muitos milhares de milhões de euros. Tantos que me atrevo a dizer que chegariam para pagar a rede de Alta Velocidade, e seguramente o Novo Aeroporto de Lisboa.

Os passivos são históricos, diz-se, e por este andar deverão mesmo passar à história. Porque não se vislumbra quem os queira resolver.

E todavia aí está um custo que, tudo o indica, iremos passar às gerações futuras, e que já hoje custa bastante a todos nós, accionistas (porque contribuintes) e clientes dessas empresas, e às próprias, obrigadas a canalizar boa parte dos recursos que geram para pagar o serviço da dívida, com isso prejudicando os investimentos produtivos e a melhoria dos serviços que é suposto prestarem.

A culpa é de todos e não é de ninguém. Vai morrer solteira. Não é, infelizmente, caso único.

1 comentário:

  1. É de facto verdade: as empresas de transportes do Estado têm passivos acumulados de milhares de milhões de Euros e situações líquidas muito negativas.
    Parece-me porém que existe uma diferença importante entre a TAP e as restantes empresas: é que no caso do transporte aéreo as actuais regras de concorrência impedem o Estado de financiar a empresa, o que torna o seu futuro ainda mais sombrio, não se vislumbrando com facilidade como poderá obter os meios necessários para sair da situação de falência técnica em que se encontra, a não ser pela entrada de outras empresas no capital.

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