segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Terminal de Alcântara - e agora?

A prometida expansão do terminal de contentores de Alcântara para a casa do milhão de TEU anuais é mais do que, provavelmente, alguma vez os responsáveis da APL, da comunidade portuária de Lisboa e, será?, da Liscont se atreveriam a reclamar.

O facto é que a meta foi estabelecida e acordada entre concedente e concessionária, tendo como moedas de troca muitos milhões de investimento, público e privado, e o prolongamento da concessão por uma geração.

Agora, a oposição parlamentar parece preparada - e capaz - para anular o negócio, por ela, e não só, considerado ruinoso.

Resta saber que preço terá o País de pagar por isso. E não se trata apenas de considerar a indemnização que a Liscont certamente não deixará de reclamar. Ele haverá também que contabilizar os prejuízos para a imagem do porto de Lisboa, no contexto internacional, quando num ano anuncia um mega-investimento e no ano seguinte o manda às malvas.

A "culpa" é de quem fez o acordo, dirão os contestatários. Pode até ser. Mas de nada valerá desfazer o acordo se os prejuízos - directos e indirectos - de tal decorrentes forem da mesma ordem de grandeza.

Além do mais, o projecto para Alcântara vai muito para além do terminal de contentores.

E mesmo sem expansão - pelo menos esta expansão - sempre haverá que decidir o que fazer com o terminal que agora é da Liscont, de modo a garantir a competitividade do porto da capital no contexto internacional. E decidir depressa, ou pelo menos não atirar a decisão para as calendas gregas...

Se foi precisa "coragem" para fazer o negócio entre o Estado e a Mota-Engil, e se agora há a "coragem" para anular o acordo; então vá-se mais longe e repense-se o futuro do porto de Lisboa olhando para as duas margens do Tejo e, mais além, até Setúbal.

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